Hoje sou densa
Onde nada é leve
Sou o outono
Da borboleta
Sou o casulo
Da boca sou a saliva que escorre
Densa....
Sou o pântano
A água turva
Essa chuva insuportável que não passa e torna a cidade
densa
Mais caótica
Nada leve
Nada passa
Nada filtra
tudo fica
Paralisa e me torno densa
Densa
Tensa
O meu pé ficou maior
E não cabe no sapato
Quero tirar esse sapato
Que aperta o meu pé
Mas não consigo...
Ficou tão apertado que não sai mais...
Chocolate na minha boca
Derretido
Escuro e sem saída
Não há dança
Não há.
O movimento alucinou
Ficou arredio e paralisou.
Tudo paralisa
O tempo paralisou
Não sou duas
Não me crucifica
Só tira esse sapato porque não sou cinderela
O meu pé cresceu
E eu fiquei densa porque não consigo tirar esse sapato do meu pé.
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