Era uma vez uma menininha. Uma menininha que tinha...hmmm não importa sua idade. Uma menininha bonitinha, de cabelos cor de...bem, não importa a cor dos seus cabelos. Ela tinha olhos.....é também não importa a cor de seus olhos. O que realmente importa era o que esta menininha carregava dentro de seu mundo. Essa menininha da minha história, é a mesma que amava borboletas, filhotinhos de cachorro, lama, árvores e....palavras. Tinha uma grande admiração pelas palavras, o som que elas provocavam, mas principalmente porque era através delas que podia criar uma ponte entre mundo que ela carregava e o mundo que as outras pessoas carregavam dentro delas.
Gostava de declamar palavras sozinha e seu quarto em frente o espelho. Era através das palavras que como numa espécie de magia ela se trasformava em princesa e o espelho, em príncipe.
Era também através das palavras que podia saborear, mastigar idéias. Essa menina sabia que palavras e chocolates eram a mesma coisa.
Certo dia , resolveu demonstrar através das palavras todo o amor e gratidão que sentia por sua mãe. Resolveu então procurar palavras que pudessem expressar aquele mundo enorme.
Procurou embaixo do sofá, dentro da mochila, em cima da geladeira, atrás do fogão.
Embaixo do travesseiro, nas frestas da cortina, na grama verde do vizinho, nos classificados do Estadão.
Em cia da mesa, do lado de lá, junto da poeira debaixo do tapete, nas linhas de sua mão.
Na garrafa térmica, na samabaia da cozinha, no pote de margarina, no escorredor de macarrão.
Dentro do seu bolso, na caixinha de segredos, no seu prato de arroz e feijão, nas cordas do seu violão.
E não encontrou. Ela não encontrou palavras para algo tão grande.
Mãe, não tem palavras.
segunda-feira, 11 de maio de 2009
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