domingo, 2 de setembro de 2007

A História da menininha que amava borboletas

Era uma vez uma menininha. Ela amava borboletas. Amava mesmo de verdade porque sabia que as borboletas contavam histórias. Elas começavam minhoquinhas em seus casulos e então transformavam sonho em realidade; escuridão em brilho; acolhimento em movimento; transformava vontades em espetáculos; transformava as cores; liberdade em paz; borboletas davam as mãos para um mundo inteiro. Esta menina da minha história conhecia muito bem o fiozinho, aquele fiozinho das histórias- o mesmo que a aranha tece.
Certa vez em sua casa, percebeu que havia um casulo grudadinho em uma árvore. Ela estava sempre atenta aos casulos, mas este ela não tinha visto, não havia percebido! Tentou lembrar-se de seu último pedido às estrelas e sim, havia pedido uma borboleta de cores rosa e verdes, vermelhas e douradas. Fez o pedido, mas não encontrava o casulo. Bem, eis que lá estava bem debaixo de seu nariz! E então seus dias foram povoados, preenchidos e nutridos pela surpresa de seu presente pedido às estrelas. Todo o dia sonhava com ela. Sonhava com o que seria sua borboleta. Sabia que não seria sua, mas dentro de seu pequeno coração o que era dela e dos outros compunham uma grande história só isso.
Já contava os dias. Sabia que estava quase. Naquela manhã foi direto lá pra fora antes mesmo de tomar café e então... Sim algo horrível aconteceu sinto dizer-lhes... O casulo estava despedaçado no chão com alguma coisa esquisita escorregando de dentro dele, algo que não se parecia nada com uma borboleta.... a menininha da minha história vejam vocês, não chorou nem uma lágrima sequer. Apenas não conseguiu entender o que havia acontecido. Ficou muito confusa. Quando a menina cresceu a confusão cresceu junto com ela. O que era pra sair ela deixava bem guardado dentro dela; o que era pra ficar ela jogava pra bem longe para não gostar; o que era movimento ficou parado em sua garganta; o que era fome virou medo; o que era dia virou tristeza; e o que era noite continuou noite pra sempre no coração da menina que amava borboletas

Um comentário:

Carlos Bauzys disse...

Era uma vez um menino que odiava histórias de menininhas que amavam borboletas...

Aaah, a lagarta feia que vira uma borboleta tão linda, aaah...

Até que um dia...
Ele entrou em um blog...

E tudo mudou-se. A lagarta, a borboleta, a menininha... eu! Todos os papéis trocados, as funções invertidas e, enfim, um história profunda e significativa!